Do hebraico Bereshit, palavra com a qual se inicia a
criação e nomeia o livro das origens, já que descreve o princípio de tudo,
desde o Criador a toda criatura.
Para nós, do Grego, Gênesis, traz em si revelações sobre
os temas fundamentais que dizem respeito a toda nossa existência.
Dele emerge a doutrina sobre Deus, único, criador,
transcendente, que tudo cria por sua palavra.
Por trás das suas narrativas, o Gênesis contém grandes
temas teológicos, não somente do Pentateuco, mas de toda a Bíblia em geral,
como: o monoteísmo, a queda do homem, a Aliança de Deus com a humanidade, a
promessa da Terra Prometida, a salvação e perenidade do povo santo.
A história da salvação descrita em Gênesis gira em torno
de alguns temas importantes como a bênção; a promessa; a aliança; e a eleição
divina.
Nos evangelhos temos uma leitura cristológica do livro da
Gênesis, conectando personagens como Adão, Eva, Noé, Abraão entre outros,
demonstrando que há um só Deus e uma só História, desde o princípio até o fim.
O Apocalipse não pode ser compreendido sem o livro das
origens, como também, os demais livros inspirados das sagradas Escrituras, que
trazem complementos para os temas abordados e entrelaçados, fazendo com que a
Bíblia, seja este material riquíssimo de revelações.
As passagens de Genesis que aqui abordaremos, são aquelas
que trazem o sentido escatológico, os quais são necessários para que atinjamos a compreensão adequada desde
o princípio até os fins dos dias.
Nosso análise começa em Gn 1. 1,2, que diz:
“No princípio
criou Deus o céu e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas
sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.”
A narrativa inicial nos obriga buscar melhores
esclarecimentos da situação. Na verdade, o relato gera mais perguntas do que
respostas.
Não teríamos como entender tais declarações caso tivesse
sido encerrado o assunto aqui no capítulo um de Gênesis, mas como são as
Escrituras que se esclarecem mutuamente, basta-nos encontrar os relatos
bíblicos complementares em outros livros para que tenhamos a elucidação dos
fatos.
Adotando este princípio, à luz de provérbios capítulo 8 à partir do vs 22, examinaremos Genesis 1 vs 1 e 2.
Adotando este princípio, à luz de provérbios capítulo 8 à partir do vs 22, examinaremos Genesis 1 vs 1 e 2.
Inspirado pelo Espírito do Senhor, Salomão, filho de Davi,
escreveu:
“O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos, desde então, e
antes de suas obras.
Desde a eternidade fui ungida, desde o princípio, antes do começo da
terra.
Quando ainda não havia abismos, fui gerada, quando ainda não havia
fontes carregadas de águas.
Antes que os montes se houvessem assentado, antes dos outeiros, eu
fui gerada.
Ainda ele não tinha feito a terra, nem os campos, nem o princípio do
pó do mundo.
Quando ele preparava os céus, aí estava eu, quando traçava o
horizonte sobre a face do abismo;
Quando firmava as nuvens acima, quando fortificava as fontes do
abismo,
Quando fixava ao mar o seu termo, para que as águas não traspassassem
o seu mando, quando compunha os fundamentos da terra.
Então eu estava com ele, e era seu arquiteto; era cada dia as suas
delícias, alegrando-me perante ele em todo o tempo;” Pv
8:22-30
Este é mais um texto messiânico das Escrituras Sagradas, onde
temos o próprio Filho de Deus muito antes de sua encarnação se comunicando
conosco, nos revelando maiores detalhes sobre a criação, dizendo
especificamente sobre si mesmo, quanto ao Criador e a criação.
Revelando-se a si mesmo, o Verbo de Deus nos diz no verso
26 que o mundo foi criado a partir do pó, como posteriormente o homem também.
O pó foi a matéria prima construída no espaço para dele ser
formado os corpos celestes, incluindo o planeta terra.
Apesar dos cientistas não defenderem o criacionismo, seus
relatos a respeito da formação do universo, acabam em muitos aspectos, indo na mesma
direção da revelação bíblica. O pó espacial mencionado em provérbios 8:26, aparece
nos estudos de astronomia como “berçários estelares”.
Berçários estelares são maciças nuvens de poeira,
hidrogênio, hélio e plasma, conhecidas também como nebulosas. Segundo os
cientistas é onde nascem as estrelas.
A ciência ensina ainda que o gás interestelar consiste
parcialmente de átomos neutros e moléculas, bem como partículas carregadas,
tais como íons e elétrons.
Antes de ser criado os gigantes corpos celestes, foram
criados os minúsculos pontinhos, espalhados por todo o universo, hoje conhecido
como átomos.
Você provavelmente já ouviu dizer que toda matéria é
feita de conjuntos de átomos. E é exatamente isto que temos registrado no livro
de Provérbios que acabamos de ler.
Com base nesta informação, podemos entender que “ A
terra sem forma e vazia” era um cortina de poeira cósmica espalhada por
todo o universo.
Falando em UNIVERSO, no capítulo um de Genesis, lemos
ainda: “e havia trevas sobre a face do
abismo”.
Trevas, ausência da luz, demonstrando que nenhum tipo de
energia, ser ou objeto havia sido criado até então. A palavra abismo
relacionado a trevas, aponta o local onde os corpos celestes estavam para serem
criados.
Este mesmo local, a ciência apresenta como Espaço sideral,
região em que predomina o vácuo, espaço vazio entre corpos celestes e suas
eventuais atmosferas. É a porção do universo entre planetas, estrelas e galáxias,
os subespaços propriamente ditos:
1. Espaço
interplanetário;
2. Espaço
interestelar;
3. Espaço
intergalático.
Em astronomia, usa-se a denominação "espaço
externo" ou "espaço sideral" para fazer referência a todo espaço
que transcende a região englobada pela atmosfera terrestre.
Mas nem sempre foi assim, Pv 8:24 afirma que o abismo não
existia (“Quando
ainda não havia abismos,” ) e
quando foi criado, era apenas um enorme espaço, um único vácuo, um abismo, o
ambiente criado por Deus, conforme esta registrado para nele construir todas
estas constelações que hoje vemos, do qual nós também fazemos parte.
É importante destacar aqui que o ponto de partida para
que o nosso universo seja chamado de Abismo no relato de Genesis, é o fato de
que o Criador tenha realizado todas estas obras abaixo do seu trono.
Mas qual é a evidência bíblica que temos para isto
afirmar?
Ezequiel, capítulo 1 verso 22 e 26, ao descrever o trono
de Deus em relação a criação, diz:
“E sobre as cabeças dos seres viventes havia uma semelhança de
firmamento, com a aparência de cristal terrível, estendido por cima, sobre as
suas cabeças.
E por cima do firmamento, que estava por cima das suas cabeças,
havia algo semelhante a um trono que parecia de pedra de safira; e sobre esta
espécie de trono havia uma figura semelhante a de um homem, na parte de cima,
sobre ele.”
O termo bíblico firmamento e céu, é a mesma coisa. Nos
versos anteriores, ao que lemos, o profeta está falando dos querubins, dizendo
que acima deles, há uma cobertura transparente e sobre esta cobertura, está
Deus em seu trono.
Os querubins, todos os elementos e o profeta, estão abaixo,
no local onde foram criados, sendo assim, do ponto de vista de quem está sobre
o trono, um abismo.
O apóstolo João, ao receber o Apocalipse esteve diante do
mesmo trono e viu o mesmo céu:
“E logo fui arrebatado em espírito, e eis que um trono
estava posto no céu, e um assentado sobre o trono. ...
E havia diante do trono um como mar de vidro, semelhante
ao cristal. E no meio do trono, e ao redor do trono, quatro animais cheios de
olhos, por diante e por detrás.” Ap. 4: 2 e 6.
Todos nós temos esta orientação. Sabemos que Deus está em
um alto e sublime trono, como já nos disse Isaías no capítulo 6:1, ao ter uma
experiência idêntica ao que teve Ezequiel e João. Mas ao ler “abismo” isoladamente no registro
de Genesis, a mente humana não consegue reproduzir o cenário que ali está sendo
descrito. Pois o abismo que os homens conhecem são estes que vemos aqui na
terra, a qual ainda nem havia sido criada.
Buscando as referências corretas, tudo faz outro sentido.
Agora já sabemos que o nosso espaço sideral é o abismo de Gênesis 1:2, que as
trevas é somente a ausência de energia, da luz propriamente dita e que a terra
sem forma e vazia, trata-se das nebulosas, as quais foram criadas como berçário
dos corpos celestes.
Tendo em vista estas
coisas prossigamos:
“e o Espírito de Deus se
movia sobre a face das águas.”
Por volta de 585 a.C.
Tales de Mileto, primeiro filósofo a usar o raciocínio puro para explicar as
questões do homem e da natureza, mais conhecido pelo teorema que ele formulou,
hoje, fundamental para medições geométricas, utilizado desde a construção civil
até a astronomia, em uma de suas frases mais popular, teria dito que “o
Universo é feito de água”.
O apóstolo Pedro em concordância com este pensamento, registrou:
“Eles voluntariamente ignoram isto, que pela palavra de
Deus já desde a antiguidade existiram os céus, e a terra, que foi tirada da
água e no meio da água subsiste.”
Uns inspirados espiritualmente e outros por suas
investigações, acabaram nos concedendo os mesmos ingredientes e o mesmo
recipiente na explicação da na existência do nosso universo.
É evidente que este MOVER DE DEUS não pode ser detectado
pelos cientistas, que enxergam todas estas coisas de forma natural. Mas
detalhes à parte, vejamos como isto foi por eles relatado.
O telescópio espacial Spitzer da NASA detectou num sistema
planetário em formação uma quantidade de vapor d’água cinco vezes maior que os
oceanos da Terra, revelou na quarta-feira (29/08/2007) o Laboratório de
Propulsão a Jato (JPL).
A agência espacial americana explicou em comunicado que os dados
constituem a primeira indicação direta da forma como a água, elemento crucial
na formação de vida, começa a fazer parte dos planetas, inclusive os rochosos
como a Terra.
"Pela primeira vez, estamos vendo como a água surge numa região
onde provavelmente se formam planetas", disse Dan Watson, astrônomo da
Universidade de Rochester e autor de um estudo sobre o sistema, identificado
como NGC 1333-IRAS 4B.
Segundo os astrônomos, o vapor vem de uma nuvem central do sistema e
cai sobre um disco de poeira estelar, que seria o material da formação inicial
dos planetas. "Na Terra, a água chegou na forma de asteróides e cometas de
gelo. A água também existe como gelo nas densas nuvens que formam as
estrelas", disse Watson. "Agora vimos que a água, que cai na forma de
gelo de um sistema estelar jovem, evapora para depois se congelar novamente e
se transformar em asteróides e cometas."
"Detectamos uma fase
muito especial na evolução de uma jovem estrela, na qual o material da vida
avança dinamicamente rumo a um ambiente no qual podem se formar planetas",
acrescentou Michael Wenero, cientista da missão do Spitzer nos escritórios do
JPL, em Pasadena (Califórnia).
Fonte: Folha Online
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