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O Soberano


Para falar sobre a soberania de Cristo, antes é necessário falar sobre a natureza de sua obra. Como pode ser observado nas profecias em todo o antigo testamento e também no novo, Cristo já estava destinado à raça caída de Adão antes mesmo do início da criação do universo. Para entender esta colocação bíblica é preciso saber que a determinação e previsão divina são duas palavras que se confundem muito na interpretação quando o assunto é soberania divina.

Para não cometermos o mesmo erro, vamos estabelecer o equilíbrio dizendo que o fato de Deus saber do futuro como se fosse o dia de ontem, não seja o mesmo que dizer que todos os acontecimentos existentes sejam produtos de sua vontade e determinação. 


Ah! Mas isto nega a soberania de Deus... muitos me dirão. Para estes pergunto: O que Jesus Cristo quis dizer com a frase na oração do Pai nosso "seja feito tua vontade na terra como céu" ?

O povo na terra faz a vontade de Deus assim como os anjos celestiais fazem? É evidente que não! Se Deus predestinou por sua imensa soberania o homem à queda e consequentemente o pecado à toda raça humana, jamais poderia ter dito que amou o mundo de tal maneira e muito menos que ama seu filho unigênito. Se ele não criou tudo em perfeita harmonia, mas já em desordem, é ELE o grande criminoso que tem que ser condenado ao lago de fogo, pois do que poderia acusar os homens que produzem exatamente aquilo para o qual foram predestinados e, que sabedoria há em enviar seu filho para morrer em prol daqueles que são transgressores por sua própria determinação? 


Somente uma mente diabólica poderia criar uma teologia que coloca Deus em cheque consigo mesmo para confundir os alucinados por filosofias insolúveis, como é o caso da interpretação calvinista a respeito da predestinação.

A predestinação é uma realidade bíblica, porém jamais nos moldes da teologia de João Calvino.



Soberano não é aquele que decide tudo e que mantém todas as situações escravizadas a seu bel prazer. Isto não é soberania, é ditadura. Deus não é ditador, e prova isto concedendo a cada um de nós a livre escolha e uma outra opção além dele, a árvore do conhecimento do bem e do mal. Do contrário me diga para que ter liberdade para escolher se não tivéssemos outra escolha a não ser Ele? 

O reino das trevas será mantido entre nós até o momento em que não houver mais ninguém que já não tenha se decidido por um ou por outro. Todos terão oportunidade para decidir a qual dos dois reinos pertencer, e isto diante do chamamento que ele faz e das oportunidades que ele proporciona à todos, todos os dias para que com as respostas dos lábios e atitudes tomadas, venhamos demonstrar tanto à ele como à nós mesmos, o caminho que escolhemos. Sabendo que aquilo que escolhermos será o que receberemos, a vida ou a morte. É com o nosso sim ou não que Deus ou satanás vai se tornando senhor em nossas vidas. 

"…33Eles responderam-lhe: “Somos descendência de Abraão e jamais fomos escravos de ninguém. Como podes tu afirmar que seremos libertos?”34Jesus explicou-lhes: “Em verdade, em verdade vos asseguro: todo aquele que pratica o pecado é escravo do pecado. 35O escravo não fica em casa para sempre, mas o filho permanece para sempre." João 8

Mas isto é  assunto para um outro post. Voltando: Soberano não é aquele que decide tudo e que mantém todas as situações escravizadas a seu bel prazer, mas aquele que pode interferir em todas e quaisquer situações e transformá-las de acordo com a sua vontade. Entende a diferença? 


Explicando melhor:


Ditadura, Sinal de Impotência



Um poder que subjuga tudo a seu querer demonstra que nada pode, pois qualquer situação que lhe seja imprevista é uma ameaça ao seu governo, e é isto que tal poder quer impedir: Riscos. Como exemplo, cito o sistema em que viveu o Brasil e que ainda muitos países vivem: a Ditadura. Por que um governo ditador impõe leis e tem ações para que não haja manifestações contrárias ao seu plano administrativo? É porque todo homem por mais poderoso que seja e seus planos e projetos por mais estruturados que possam ser, são falíveis. A nossa capacidade de contemplar a dimensão dos acontecimentos é muito pequena, por isso o melhor a ser feito é impedi-las ou minimizá-las o máximo possível para não perder as rédeas da situação. Traçamos nossos planos já na esperança de sua falência e é assim que poucos garantem algumas vitórias, minimizando os riscos. Não é isto que ensinam nossas faculdades?


Deus não se preocupa com os riscos, contempla a todos e usa-os como ferramentas. Até seu próprio adversário faz dele escravo, e sem que este queira, cumpre a vontade divina. Quer um exemplo? Judas iscariotes.

Satanás não usou de sabedoria, teria tido menos problema se tivesse reunido todos os demônios e expedido outra ordem ao invés da que deu:

“Reúnam-se em torno deste Jesus e não deixe que ninguém derrame uma só gota de seu sangue, nem ao menos toque em um só fio de seu cabelo, até que eu tenha uma solução que preserve o nosso reino.”

Mas não, ele decretou sua própria ruína derramando o sangue do Cordeiro. Acreditando que podia por um fim nos planos do Altíssimo, cavou sua própria sepultura levando o Cordeiro de Deus pelas mãos do sumo sacerdote ao sacrifício pelo povo. “Ah!!! Mais satanás não conhecia os planos de Deus.” Eu creio que não foi este o caso, pois os profetas diziam isto abertamente, e quer mais claro a respeito deste assunto que os escritos de Isaías? A sua presunção foi o elemento principal de sua ruína, e não tem jeito, ele sofre desta doença e no caso dele é incurável, sendo assim, jamais poderá se livrar das vitórias do Altíssimo. Qual sábio, que de fato seja sábio  subestimaria seu inimigo ainda que este fosse inferior? Satanás subestimou seu inimigo sendo ele muito superior. Achou que a morte e o vexame da cruz poderiam calá-lo.  Pode ter passado por sua cabeça que 
não pudesse impedir a remissão, mas arriscou e apostou em ocultar o fato e tornar isto sombrio para toda a raça humana. Foi o que revelou quando os sacerdotes fizeram de tudo para encobrir a ressurreição.

Deus sabe muito bem os planos que arquitetou, e ainda que não seja proativo, mas reativo como foi com Lázaro e até mesmo no caso de Jesus deixando-o morrer, tem pleno controle na sua execução. Não importa o momento de sua intervenção se antes, durante ou depois, o resultado final sempre será aquilo que Ele planejou e ponto final. Isto é uma boa razão para não se preocupar com manifestações contrárias seja em que fase for e tenha a abrangência que tiver, o fato é ninguém pode atrapalhá-lo e muito menos impedi-lo porque sua especialidade de transformar as maldições que o homem ou o reino das trevas realizam em bênçãos é ilimitada. 

“Agindo Deus, quem impedirá?”   Sua soberania consiste nisto e, não em programar os homens para que não escape dele seu domínio.

Todo o poderio do homem ou das trevas no máximo atinge os frutos, os ramos ou até mesmo o tronco da árvore, mas é Ele o solo que guarda em si as raízes, e nela, somente Ele pode tocar a ponto de que, ainda que toda a árvore seque, concede-lhe vida e o resultado final será uma árvore saudável e frutífera. Esta é a história da raça humana. O profeta nos viu como um vale de ossos secos, no entanto, a obra de Deus tem mudado esta realidade e ainda mudará na vida de milhares de pessoas. 

A maior demonstração de soberania não é impedir que o exército inimigo atire, mas é após o adversário ter executado todo o seu poder bélico de destruição, o alvo se levantar do pó ainda mais fortalecido e continuar vencendo e ampliando seus limites como se todo o poder inimigo nada fosse. Não foi isto que o Filho de Deus fez e continua fazendo? Quem poderá impedi-lo de consumar o seu reino neste mundo?  

Por isso Ele não interveio na ação de Adão impedindo-o pecar, nem predestinando para que pecasse; na ação que levou Abel à morte, não impediu e nem impede o martírio de seus servos, ou antes, não interveio na ação dos anjos rebelados no reino dos céus a fim de evitar a rebelião, mas executou todo o seu plano desde então, e suas sanções foram determinantes passo a passo até então, garantindo-lhe o trono em todas as esferas para todo o sempre.

O bom pai não é aquele que super protege seu filho e conduz seus passos para que não tropece e caia, mas aquele que sempre estende a mão para levantá-lo após suas quedas e o incentiva a permanecer em pé. A mão que não caleja da enxada nunca estará apta para o trabalho. É por meio de suas mancadas que uma pessoa que possui em seu coração anseios pelo reino dos céus, reconhecerá que o grande malfeitor de toda a sua passagem no planeta Terra, é ela mesma, porque sempre colherá as sanções predefinidas para sua recuperação, e a menos que esta pessoa recuse o tratamento não reconhecendo seus erros e os abandonando, será restaurada. Esta é a lei da vida, quem aceita tratamento reconhecendo suas enfermidades, terá cura, fechando os olhos para elas, a morte é certa. Isto não é fruto apenas da soberania, mas principalmente da justiça.

O que eu percebo é que o nosso Deus usa nossos erros como “fórmulas” a fim de nos convencer de que sua ação Divina e não a ação humana é que pode construir o reino de justiça, o qual lá no fundo, todos nós ansiamos. A diferença entre o mundo de justiça que nós almejamos e o reino de justiça que Ele quer nos dar, está nos princípios da justiça que vem dele.  O alicerce da nossa sociedade lança fora os princípios da justiça de Deus, e todo aquele que apesar das muitas provas contrárias continua construindo sobre esta base, lamentavelmente será tragado por ela quando o Soberano estiver substituindo esta base antiga do mundo pela nova base do seu reino.  Cristo é a pedra fundamental, quem tropeça nesta pedra será por ela espedaçado.

A base de justiça do mundo é igual a areia, fácil de cavar. Nesta base vence quem pode pagar mais não importando o direito de quem o tem. E a verdade é relativa, cada um tem a sua. Ao contrário, a base da justiça de Deus é como a rocha. A verdade é absoluta e vale para todos. São os que cavam e nela edificam as suas moradas é que não sofrerão os danos quando os alicerces do mundo forem abalados.




Justiça é a Coluna do Poder


O sofrimento existente na face da terra não é uma imposição divina, mas fruto do poder das trevas que existe dentro de cada um de nós e que se materializa tornando-se padrão de sociedade, o qual chamamos de egoísmo. Se Deus nos livrar do fogo que nós mesmos acendemos, nos tornará em seres malévolos e irrecuperáveis fadados à condenação. 

Qual é sua ação frente a esta situação? Convencer-nos no meio do fogo de que somente a sua intervenção direta em nosso espírito é que poderá nos revolucionar, a ponto de que cesse a fornalha que nos consome.   

Deus não quer e não vai mudar e nem impedir as situações que assolam a raça humana. Não enquanto o processo de transformação do caráter humano estiver em andamento, porque Seu interesse é mudar o homem interior e não o sistema mundano, o qual no fim destruirá. No entanto sua mão favorece o oprimido, o humilhado e move corações de encontro aos necessitados. Mas quando este processo de transformação chegar ao fim, Ele manifestará o reino de justiça esmagando o reino da injustiça e nele depositará a todos os que se renderam à transformação interior, os quais padeceram fome e sede de justiça.

"Bem aventurados são aqueles que tem fome e sede de justiça, porque serão saciados."

Este é o processo que garantirá à Deus que não haverá mais rebeliões dos homens contra Ele, tornando em algum tempo futuro o reino de Deus no mesmo poço de lama que se vê hoje, assim como já não é mais possível haver entre os anjos celestiais, que semelhantemente a nós, em um passado remoto, também conviveram com a rebelião, com o pecado, com a iniquidade, até que enganador corruptor e a todos que se corromperam foram lançados fora.

Ah!!! Por que Deus não impediu chegar a este ponto? Pelos mesmos motivos que não impede hoje. O mesmo principio agiu lá. Deus não busca bajuladores, mas adoradores. O fato é que Satanás encontrou campo fértil no reino dos céus, e isto me leva crer que uma insatisfação já existia no íntimo dos que se rebelaram, e o que os impedia era a falta de outra opção. Uma vez que isto tenha sido solucionado, o reino dos céus estava pronto para a grande divisão, pois tudo o que estava em oculto nos sentimentos dos seres existentes veio à tona, e cada grupo tinha de forma definida seu representante. No entanto, não podiam coexistir no mesmo local, surgindo daí a necessidade de outro ambiente que comportasse a política deste novo reino.

A respeito dos que permaneceram no reino dos céus sob a mesma autoridade por decisão pessoal, foi dito assim:

“Faça a sua vontade na terra assim como é no céu...” 


Esta frase de Jesus demonstra que todos os seres celestiais que estão lá vivem nesta harmonia a vontade plena do Pai. Um dia viveremos a plena harmonia entre nós e com o nosso Deus assim como vivem seus anjos. Hoje somos como a larva de muitos tipos de insetos, presos em um corpo sujeito aos apelos da morte, mas a promessa do Pai é de que em um amanhã resplandeceremos juntos ao Sol da Justiça e em plena comunhão com Ele e uns para com os outros. Este amanhã está a cada dia mais próximo de nós porque o Sol da Justiça já raiou no calvário e já subiu das profundezas da terra ao seu trono no mais alto céu.

O homem combate o fogo, Deus combate os elementos que o produz. Somente sua Palavra e seu Espírito podem eliminar de dentro de uma pessoa os laços que mantém sua alma presa ao fogo da rebelião de satanás que incita o homem contra Ele.


Estamos em um reino material completamente diferente de onde estavam os anjos, mas as propostas de traição ao reino da luz estão sobre a mesma base. Por isso o Filho de Deus se fez carne, para como herdeiro deste reino físico, à semelhança do homem, pudesse introduzir a Justiça do reino imaterial de onde veio por meio de seu próprio corpo. O seu silêncio naquela rude cruz até hoje ecoa em nosso espírito nos chamando de volta ao Pai, e quando olhamos para ele aceitando seu doloroso gesto de amor por nós, não vemos mais um condenado de braços presos por cravos no madeiro, mas vemos os braços abertos do Pai celestial nos recebendo de volta com seu forte e caloroso abraço e dizendo: Aquele que havia se perdido retornou à casa do Pai. Eis o novilho cevado que eu mandei sacrificar para celebrar o vosso retorno.


Assim é a soberania de nosso Deus. Não existem barreiras e nem fronteiras que O retenha. O impedimento maior da expansão de Seu reino neste mundo não é a ação do reino das trevas, nem o poder das políticas estabelecidas em um país, mas o coração rebelde do homem. A isto ele não quebra com seu poder, mas com sua loucura, morrendo em uma cruz para expressar o quanto nos ama.


Att. Marcelo Alberto. 

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